Por: Rosa Barreiros e colaboração de Bruna Costa.
Samuel da Silva Junior, natural da cidade de Sorocaba, interior do estado de São Paulo, integra o ramo da metalurgia a partir de seu ofício como empresário e serralheiro desde a década de 1980.
Por meio de habilidades desenvolvidas em função de sua profissão, além de sua capacidade criativa, deu início, nos últimos anos, à criação de obras de arte a partir da utilização de sucatas de aço, como por exemplo, ferramentas, ferraduras e pregos.
Ao aproveitar esses materiais que seriam descartados em suas esculturas, revela o cuidado e a preocupação com a preservação do meio ambiente.
A inspiração para a composição das obras são os sentimentos que permeiam a vida humana, assim, ao exteriorizar as suas ideias em forma de arte, leva a sensibilidade e reflexão ao público.
O artista já realizou exposições, workshops, projetos e participou de concursos em sua cidade e em outras partes do Brasil. A sua primeira exposição se deu em comemoração aos 200 anos dos Altos Fornos de Ipanema no ano de 2018 na Casa Aluísio de Almeida.
O sanfoneiro
Samuel da Silva Junior
Materiais utilizados na obra: marreta, sucatas de chapas e vergalhões em aço, turquesa e bola de halteres.
Samuel Júnior é o escultor da “Árvore da Transformação”, instalada em frente à porta de acesso à Biblioteca Machado de Assis, no Colégio Ser! unidade Campolim. Inaugurada em 20 de junho de 2023, a obra chamou a atenção de seus visitantes, e suscitou a exposição seguinte que viria a tomar o espaço: “Ressignificando Sentimentos, Percepções e Olhares”. Desta vez, o artista trouxe a sensibilidade procurando reproduzir o olhar do escultor para o humano.
Árvore da Transformação.
Foi então que entre os dias 17 de outubro e 30 de novembro os estudantes e seus familiares puderam apreciar as obras do artista, que interagiu com as crianças, criando, ali, um importante diálogo sobre arte, cultura e expressão de sentimentos, o que marca a importância que uma iniciativa cultural como essa tem para a instituição escolar.
As exposições, no Colégio, objetivam garantir mostras artístico-culturais no espaço da Biblioteca Machado de Assis, podendo ser estendida aos espaços do Boa Vista.
Assim, pretende-se trazer o caráter cultural e de importância das artes ao convívio de todos os alunos do Colégio.
O pescador de sonhos
ao adentrar
em tua jangada
em meio as águas,
espera o momento.
Certo que ao lançar
as tuas tramas de fios
vai a resgatar,
tudo o que um dia,
o fez sonhar.
Samuel da Silva Junior
Materiais utilizados na obra: ferraduras, sucatas de chapa de aço e malha de peneira.
É importante destacar que uma ambiciosa Declaração para a Cultura foi aprovada por unanimidade por 150 países em setembro de 2022, na Cidade do México, ao final de uma conferência de três dias organizada pela UNESCO. O texto declara a cultura como um “bem público global” e reflete o acordo dos países sobre um roteiro comum para fortalecer as políticas públicas nesta área.
“A cultura exerce um papel fundamental em nossas sociedades. Por meio da cultura, as pessoas podem descobrir sua humanidade comum e se tornar cidadãos livres e esclarecidos. No entanto, apesar dos avanços, ela ainda não tem o lugar que merece nas políticas públicas e na cooperação internacional. A MONDIACULT 2022 enviou um sinal poderoso para mudar isso. A Declaração aprovada hoje é um compromisso com a ação”
Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESC.
E perseguindo esta ideia é que, como instituição escolar, não podemos prescindir de suscitar temas, aulas, projetos que tragam as mais diversas manifestações culturais. Nestas últimas edições, o Colégio tem prestigiado artistas locais.
O livro O que é cultura , de José Luiz dos Santos, cuja primeira edição é de 1983 traz um conceito bastante abrangente e amplo do significado e importância da temática.
Antes da exposição “Ressignificando Sentimentos, Percepções e Olhares”, o artista Paulo Roberto Giavoni, também sorocabano, trouxe suas obras na mostra “O mundo cabia na minha rua”, que chamou atenção por olhar para a infância e como as brincadeiras ficaram na memória do pintor.
Pinturas cubistas do artista Giavoni.
A Biblioteca também abriga, em seu espaço, momentos em que se destacam os trabalhos dos alunos de todas as idades, como este, no destaque em que os alunos ilustraram os nomes indígenas, que receberam suas salas, no ano de 2022.
Trabalhos indígenas.
Acesse o Flickr para conferir todas as fotos: https://flic.kr/s/aHBqjAsw4k