Paulo César estava extremamente aflito, naquela noite de
sábado. Ao invés de estar passando um tempo de qualidade em família, o rico
empresário se encontrava sentado em uma poltrona de veludo em seu escritório,
esperando uma ligação importante. Ele analisou, novamente, o pedaço de papel em
suas mãos:
“Seu filho está em nosso poder, se quiser o menino de volta, siga as
instruções: ponha 500 mil dólares numa mala preta e deixe atrás da banca de
jornal da estação de trem às 10h50min. Pegue o trem das 11h. Se ficar alguém
vigiando a mala, o menino morre!”
Embora Paulo soubesse que ele não podia fazer nada, além de deixar a situação
nas mãos da polícia, estava inquieto. Depois de pensar por um tempo, ele
resolveu utilizar seu último recurso: Dorisgleison Silva, um antigo amigo de
confiança e ex-investigador da polícia. César discou os números no telefone.
Havia anos que não falava com Silva.
Foi uma conversa curta. No começo, Doris se surpreendeu ao ouvir a voz do
amigo, mas conforme compreendeu a gravidade da situação, se colocou em seu
lugar e se propôs a ajudar. Os amigos combinaram de se encontrar na esquina da
banca, um pouco antes do horário marcado pelo sequestrador.
Ao chegarem lá, resolveram sigilosamente ir conversar com a dona da banca, senhora Fátima. Dorisgleison explicou a ela a situação e pediu que ela relatasse qualquer situação fora do normal na região. Após isso, ele resolveu colocar o plano em prática.
Os três adultos se posicionaram e esperaram pacientemente o horário marcado. Às dez horas e cinquenta minutos, Paulo César colocou uma mala preta no local marcado e entrou no trem das onze horas. Estava feito.
Alguns minutos depois, uma van branca estacionou atrás da banca. A porta se abriu, dando espaço para uma pessoa toda vestida de preto. Ela se abaixou, pegou a mala e foi embora, sem perceber que estava sendo seguido por um carro cinza, onde se localizava Dorisgleison. Quando a van branca estacionou em uma rua sem saída, detetive Silva não conseguiu acreditar em seus olhos. Dela saíram Paulo César Junior e sua mãe, e ex-esposa de Paulo César, Cláudia Ferreira. Nesse momento Dorisgleison entendeu o que havia acontecido e relatou tudo à polícia.
No dia seguinte, os jornais só falavam da prisão de Cláudia Ferreira, a ex-esposa do milionário Paulo César, que forjou o sequestro do próprio filho, apenas para arrancar dinheiro do ex-marido. Eles falaram também sobre a grande investigação do recém contratado como investigador da polícia, Dorisgleison Silva, o herói da história. Paulo César e Paulo César Junior já se encontravam felizes e com o dinheiro de volta.
Por: Luísa – 9o.Pinheiro