Por: Rosa Barreiros – Coordenadora Educacional do Colégio Ser!

No dia 2 de fevereiro, esteve online, com a comunidade do Colégio Ser!, o professor Fernando Trevisani. O propósito: trazer aos participantes, em especial às famílias, tópicos esclarecedores no que se refere às novas formas de ensinar, que, antes mesmo que a pandemia exigisse, já vínhamos promovendo.

Trevisani é doutorando em metodologias ativas (UNESP), Mestre em Tecnologias Educacionais (UNESP), Pós-Graduado em Educação Inovadora (Instituto Singularidades) e Matemático (USP). Atuou na coordenação do Grupo de Experimentações em Ensino Híbrido, parceria entre a Fundação Lemann e o Instituto Península e é organizador do livro: Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação. Atualmente é professor da pós-graduação em Metodologias Ativas do Instituto Singularidades, produtor e escritor de conteúdos educacionais e consultor em Metodologias Ativas de ensino.

Mudanças na sociedade, incluindo seus interesses e costumes, na educação e no campo profissional, na verdade, já sinalizavam a necessidade de se alterarem metodologias, considerando o currículo oficial do Brasil, a BNCC, (Base Nacional Comum Curricular) e seus pressupostos. Todas as personagens da instituição “escola” precisam se perguntar: qual é e qual deveria ser o objetivo da educação atualmente? Novas formas de ensinar e aprender – modelos ativos – põem os alunos na construção de sua aprendizagem e a família deve apoiar a educação escolar, daí a importância de trazê-las para esta conversa.

Segundo Trevisani, além de reconhecer que estamos educando, hoje, num mundo que ainda não reconhece todas as profissões do futuro, vislumbramos uma mudança radical de comportamento. Por minuto, em 2020, segundo o domínio domo.com , enviamos 41.666.667 de mensagens pelo whatsapp, consumimos $1.000.000 em compras online, postamos 347.222 stories no Instagram, 500 horas de vídeos baixados no Youtube, além de outros números que denotam o quanto vivemos, independentemente de nossa vontade, conectados e, mais que isso, inseridos numa sociedade digital. Claro que, com a educação, não poderia ser diferente, pois estamos consumindo conteúdos de forma diferente. Basta observar o dado do Youtube. Nossos alunos conhecem, muito mais, os “youtubers” do que os astros de Hollywood, por exemplo, segundo o palestrante.

“screenshot” da live referida neste post

Ética profissional, comunicação e capacidade de se relacionar, capacidade de trabalhar em equipe, ética e integridade pessoal e capacidade de resolver problemas, neste cenário, são características exigidas, entre empresários, para quem deseja se inserir como profissional. A maneira como interagimos, hoje, importa muito e a nossa geração, de pais e professores, imbuída destas competências, precisa olhar para os problemas que não conseguimos resolver, os quais estamos deixando para a próxima geração. Por exemplo os resíduos de microplásticos na água, nos estômagos de animais marinhos e ilhas de plásticos se formando no oceano. Quem resolverá?

As competências gerais da BNCC, vistas com atenção, já apontam para uma formação integral do aluno, que as tenha como propósito, exatamente por enxergar como precisamos tornar os estudantes brasileiros protagonistas, criativos, engajados nas causas do planeta e dos homens que nele habitam.

https://escoladeinventor.com.br/espaco-maker-como-trabalhar-a-bncc/

Hoje, a família engajada pode participar, ainda segundo Trevisani, estabelecendo rotinas, denotando interesse pelo processo de aprendizagem, incentivando a curiosidade e estimulando o aprendizado, por meio de exemplos, compreendendo as ações da escola e participando, quando possível, delas.