Por: Professora Marilia Carrenho Camillo – EFAF – História

Botsuana, localiza-se na África Austral, uma região semiárida no sul da África. É um país que não possui costa marítima e tem uma paisagem definida pelo deserto do Kalahari e pelo delta do rio Okavango, que se torna um exuberante habitat animal durante as enchentes sazonais. A enorme Reserva de Caça de Kalahari Central, com seus vales de rios fossilizados e suas pradarias onduladas, abriga diversos animais, como girafas, guepardos, hienas e mabecos.

O número de habitantes gira em torno de 1.949.780 habitantes (homens: 974.178; mulheres: 975.602).

O credo religioso em Botswana conta com 59,8% de adeptos ao Cristianismo (independentes 41,3%, protestantes 11,8%, outros 6,7%), 38,8% de adeptos as crenças tradicionais originárias; não-afiliados, ateus, agnósticos e desigrejados são 0,3 e outras 1,1%.

A composição étnica é formada de Tsuanas 95%, calangas, basuaras, galagadás 4% e europeus 1%. O idioma oficial é o inglês e o nacional é o setsuana.

A economia nacional baseia-se na extração das riquezas minerais que o país possui, como os diamantes do Deserto do Kalahari (Botswana é produtor mundial de diamantes), os depósitos de cobre na região de Selebi-Phikne, carvão, níquel e soda cáustica. A atividade agrícola é impulsionada pelo cultivo de sorgo (milho-saburro), frutas, legumes e verduras. A indústria apoia-se na produção alimentícia, bebidas, têxtil e vestuário. O turismo é um outro elemento de grande importância para a economia local. Lugares muito visitados são o Delta do Okavango, o Parque Nacional de Chobe e Moremi Game Reserve.

Apesar das reservas de diamante, Botswana é considerado um país subdesenvolvido, pois ainda conta com um alto índice de pobreza (30% da população está abaixo da linha da pobreza). Entretanto, o país que era, na época da sua independência (1966), um grande terreno sem estradas, tendo vivido uma seca que durara dois anos e proporcionara más colheitas, e tinha o caos e a fome espalhados entre uma população camponesa dispersa e faminta, mudou a sua história.

Cinco décadas depois de se tornar independente da Inglaterra e elegendo seu primeiro presidente Seretse Khama, a história de Botswana não poderia ser tão diferente. Ainda na primeira década do século XX, Botswana era aclamado como uma história de êxito na África. O PNUD, órgão das Nações Unidas para o desenvolvimento, descreve o país como um caso verdadeiro de sucesso em termos de progresso humano e econômico.

Isso é algo evidente quando se chega a Gaborone, a capital de Botswana. As ruas estão limpas e organizadas, e o trânsito flui com facilidade em meio a modernos arranha-céus. Diferentemente do caos pós-colonial de tantas capitais africanas, as coisas aqui segundo reportagem da BBC portuguesa, funcionam.

“Greg Mills, da Fundação Brenthurst, um grupo sul-africano de pesquisas em economia, explica que a transformação é o resultado de uma visão a longo prazo, de estabilidade política e de ‘governos prudentes’”. (BBC News Brasil)

Mills ainda poderia agregar o fator sorte. Botswana foi abençoado com vastas reservas de diamantes e imensas áreas de deserto virgem, onde grandes felinos andam livres. E é, ainda, o país que tem mais elefantes no mundo, apesar da morte de centenas deles entre os meses de maio e junho de 2020, por conta de toxinas produzidas por algas microscópicas na água do Delta do Okavango. Botsuana é o lar de um terço da população de elefantes da África.

Tudo isso ajudou o país a, em apenas 50 anos, aumentar em mais de 100 vezes sua renda per capita, desenvolvendo setores como a mineração e o eco-turismo.

No entanto, alguns especialistas se preocupam com a situação do país. Um dos problemas é o desemprego, que se mantém na casa de 20%. Segundo reportagem da BBC na consulta com analistas, a falta de diversificação na economia concentrada demais no garimpo e no turismo podem ser um problema. E, apesar dos investimentos em saúde, a expectativa média de vida em Botswana é de 54 anos, uma das mais baixas do mundo. Quase um quarto da população é HIV positiva.

Segundo acadêmicos, a política interna de Botswana não progrediu. Seguem utilizando uma constituição imposta pelo Reino Unido como parte do processo de independência. O presidente Ian Khama  tem poderes para governar por capricho.

Existe uma tradição local em Botswana que se  chama kgotla, em que os membros de uma comunidade se sentam para conversar durante horas sobre um problema comum. À medida que a receita dos diamantes vai diminuindo, por conta do esgotamento das jazidas, a kgotla pode ajudar Botswana a encontrar um novo caminho de êxito.

Fonte da imagem:  Diamante bruto  Crédito, Getty Images

FONTES:

Hamilton Wende – da BBC em Gaborone, Botswana

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/botsuana.htm

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-37306069

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54239993