Por: Victória – 9o.ano
Lembro-me de quando tinha 8 anos, e minha única prima loira e malvada me empurrou em uma roseira. Lembro-me de quanto doeu, mas também me lembro do cheiro das rosas enquanto respirava fundo para não chorar. E, após um pequeno esforço, lembro-me de conseguir sair sem ajuda.
Hoje, andando para a casa dessa mesma prima, que por pura ironia, é minha melhor amiga, loira e baixinha e já não tão má quanto antes.
Viro uma esquina onde a calçada e um parapeito me separavam do mar.
Sinto alguém me empurrar e a única coisa que consigo pensar é: eu não sei nadar! Nunca soube…
A água gelada se choca com minha costas enquanto meu corpo entra em um completo desespero. Começo a me debater na água fria do mar para (inutilmente) tentar deixar minha cabeça para fora da água. O sal entra nos meus olhos e na minha boca e começo a afundar.
Sinto meu corpo afundando e, de repente sinto que é inútil tentar sobreviver. Apenas abro meus olhos e vejo toda a superfície ficar borrada pela água que vai ficando cada vez mais escura.
Como o sal da água não incomodava mais meus olhos, observo-me afundar. Tudo é escuro, até que, uma luz aparece em minha frente. “Estou alucinando”, pensei. E, meu pensamento se tornou real depois que a luz virou uma mulher com os cabelos espinhoso, mas que carregava lindas rosas.
A mulher sorri, e me explica que, após eu ter caído na roseira há 6 anos, um espinho não saiu por estar fundo demais, e assim me deixando ligada a essa mulher.
Ela me estendeu a mão e, subitamente, a pego.
Ela me puxa para a superfície e me faz sentir o ar com um leve cheiro de rosas. Isso como se não houvesse amanhã.
Fecho meus olhos por um instante e, quando os abro, estou na minha cama de novo.
O único vestígio de que não estou louca, é a rosa ao meu lado.