Por: Professora Rosa Barreiros

Levada ao cinema em 1974, pela primeira vez, e mais recentemente, em 2017, a obra escrita por Agatha Christie em 1934 suscita curiosidade, especialmente por ser uma narrativa de suspense, já que os fatos vão sendo encadeados de forma que o leitor mantenha sua atenção e curiosidade, como quem quer, junto às personagens, desvendar o mistério.

Os romances policiais da autora, que não pretendeu, inicialmente, ganhar tamanha notoriedade, foram escritos para serem populares, e, por isso, ganhou muitos adeptos, o que lhe rendeu tanto sucesso. Poirot, o detetive das histórias, faz-nos lembrar Sherlock Holmes, porém com menos sofisticação literária. O encadeamento dos fatos, em Agatha Christie, é mais simples e o desfecho não é trazido com a mesma perspicácia de Arthur Conan Doyle.

Assassinato no Expresso Oriente é mais uma das histórias, em que a participação do detetive belga Hercule Poirot é essencial, para desvendar um assassinato intrigante, ocorrido na viagem de trem, pela Expresso Tauro, iniciada na estação de Alepo, na Síria. “O Expresso Oriente dera início a sua viagem de três dias atravessando a Europa.” O caminho até Paris será interrompido pelas consequências de uma forte nevasca, que cobriu os trilhos, sendo necessário que seus passageiros aguardassem a limpeza total, para então partir.

  Enquanto isso, convivem com um corpo sem vida, com a tensão das investigações conduzidas por Poirot, que é designado imediatamente para desvendar o mistério. Todos os passageiros vão se tornando suspeitos, numa trama que envolve a história de uma criança americana.

Observada a figura central das tramas da romancista, o detetive Poirot é um misto de elegância e austeridade e não deixa passar nenhum detalhe mundano: “ Uma comediazinha bastante esquisita essa que estou acompanhando’, disse Poirot para si mesmo, pensativo.”

Se lido com a atenção necessária, perceber-se-á que o assassino já estará desvendado bem antes do desfecho.