Mais um dia acordei cedo para ir à escola, o professor ensina muitas matérias, mas a única coisa que consigo pensar é nela, Júlia, a menina dos meus sonhos. Muitas vezes me sinto invisível perto dela, como se eu não existisse.
Chego em casa e começo a ouvir música para ver se consigo esquecê-la, porém ela não sai da minha cabeça, fico me perguntando: “por que ela não me vê?, sou honesto e bom caráter, eu tenho espinhas, mas isso só indica que sou jovem!”
Hoje eu a vi com o Fernando, no intervalo, estavam de mãos dadas, acho que estão tendo um caso, isso me deixou extremamente triste e com raiva. Me tranquei no quarto e comecei a chorar, querendo saber o que ele tem que eu não tenho.
Além de tudo, ele apenas tira notas vermelhas, enquanto eu estudo como um condenado e não recebo nada em troca, nem sequer um parabéns. As adolescentes atualmente só pensam em aparência física e não no que realmente importa, o nosso interior.
Depois de muito tempo refletindo, cheguei a uma conclusão, que, se eu posso tê-la, ninguém a poderá ter, inclusive alguém inferior a mim.
Aquela
mágoa e ódio apenas aumentavam em mim e eu precisava ir à escola, mesmo com a
cabeça quente. Júlia e Fernando tinham acabado de mudar o status de
relacionamento do WhatsApp, assim estavam namorando e o colégio inteiro já
estava sabendo, menos eu.
No dia seguinte, no caminho da sala de aula, vi que estavam abraçados, bem na
porta da classe e eu precisava passar por lá para entrar. Estava me segurando
para não surtar, então pedi licença a eles, mas eu pensei alto e ouviram o que
não deviam “como ela pode estar com um cara desse!”
Essa frase mudou completamente o ambiente da escola, e iniciamos uma discussão
sem fim, eram xingamentos atrás de outros.Só não saímos na mão porque o diretor
chegou, mesmo assim tentei arremessar um caderno nele no momento em que nos
separaram, porém não o acertou.
Tudo isso só piorou para o meu lado, já que eu não a conquistei e pior tomei
advertência, o que deixou meus pais furiosos.
Atualmente, já mais velho, penso como fui egocêntrico e não pensei nos outros,
apenas em mim, tudo poderia ser diferente se eu tivesse sido eu mesmo e não o
cara que a Júlia deveria gostar.
Por: Renan – 9o.Pinheiro