Por: Professora Jessica Yule da Costa e Coordenadora Silmara Regina Ferraz

As salas de aula são espaços de grande importância na construção do conhecimento. É neste local que cada estudante tem o privilégio de discutir e expor suas dúvidas, hipótese, ideias, experimentar e solucionar problemas. Porém, é perceptível que à medida que o estudante avança em sua escolarização, seu interesse pelo descobrir e solucionar problemas vai se perdendo, principalmente no que se refere às ciências básicas.

Para Vigotski (1993), a aprendizagem é um processo social que ocorre nas interações, a partir das quais os estudantes se constituem. Apesar disso, a aprendizagem envolve processos individuais internos de apropriação de signos e significados. Dessa forma, um conceito só será aprendido a partir do momento que o sujeito se apropriar dele e, mais do que isso, quando for capaz de usá-lo em situações do seu cotidiano. Para que isso aconteça, é necessário que o estudante esteja disposto a expor suas ideias, confrontando-as com as de seus colegas, professor e as da própria ciência.

Uma maneira atrativa de levar os estudantes a confrontarem suas ideias é através de disciplinas extracurriculares, que permitem trabalhar aspectos de uma aula tradicional de maneira aprofundada que possibilitará ao estudante trabalhar sua criatividade, autoconfiança, convívio social, empatia, colaboração, trabalho em equipe e muitos outros aspectos de desenvolvimento pessoal e acadêmico.

O comitê olímpico é uma disciplina extracurricular que por meio das olimpíadas cientificas, realizadas em vários países, busca desafiar os estudantes com problemas de ciências, incentivando a criatividade e engenhosidade. Para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), as olimpíadas científicas são competições que envolvem temas específicos que ao diversificar as formas de aprendizagem através da resolução de problemas práticos e teórica, possibilitam o desenvolvimento de habilidades intelectuais que estão relacionadas aos conhecimentos de maneira afetivas e social.

Participar de olimpíadas cientificas, ao contrário do que muitos pensam, vai muito além de medalhas, prêmios e certificados de participação. Os estudantes que participam de olimpíadas podem ter a oportunidade de viajar para outras cidades, estados e países, descobrir e desenvolver novas ideias, técnicas e conhecimentos, fazer amizades com pessoas que possuam os mesmos propósitos e valores, aumentar sua bagagem cultural e conquistar vagas olímpicas nas melhores universidades do Brasil, sem a necessidade de passar pelos tradicionais vestibulares, como, por exemplo, na Unicamp, Unesp, UFMS, UFABC, Unifei, EESP e FGV.

Para o Colégio Ser!, a participação dos estudantes em olimpíadas nacionais e internacionais são processos educacionais potentes que fortalecem o seu vínculo com o estudo, para que possam aprimorar suas habilidades, buscando a preparação e a força de vontade para alcançar metas e objetivos.

Nas provas de cada olimpíada, encontram-se um percurso desafiador que potencializa o autoconhecimento, o autocontrole, as diferentes habilidades e a busca pela auto superação.

Em síntese, as Olimpíadas corroboram o processo de (re)significação de experiências de estudantes, professores(as) e comunidade, gerando efeitos transformadores na trajetória escolar e, portanto, tornam-se uma potente aliada ao objetivo, expresso na BNCC, assegurando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento a todos e a todas.

No ano letivo de 2022, tivemos em nosso colégio 722 alunos participando de olimpíadas nacionais, sendo 100 alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, 312 alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental e 310 alunos do Ensino Médio. Como resultado obtivemos 56 alunos medalhados e 83 alunos certificados.

Um resultado que nos enche de orgulho, pois quando um estudante e sua escola são reconhecidos na comunidade em que estão inseridos, por um bom desempenho, esse reconhecimento torna-se um fator de valorização e de incentivo para toda a comunidade.

REFERÊNCIAS:

VIGOTSKI, L.S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

QUADROS, Ana Luiza de et al. Ambientes colaborativos e competitivos: o caso das olimpíadas científicas.R. Educ. Públ., Cuiabá, v. 22, n. 48, p. 149-163, abr.  2013.  

ROBINSON, S. Coaching a High School Science Olympiad Team. Academic Exchange, v. Summer, p. 272-277, 2003.