Meu nome é detetive Gaston e, se dúvida, se meu nome começa com detetive, na verdade não. Na realidade ninguém me chame pelo meu nome.
E claro, como todo bom detetive, eu fico horas, talvez dias ao lado do telefone fixo esperando um toque sequer. Não durmo há quase 40 horas, porque o telefone pode tocar a qualquer segundo.
Então, repentinamente, ele toca. Eu atendi:
— Alô, detetive Gaston?
— Sim!
— Temos relatos de homicídio e vandalismo na Brick Ave. Nº 1132.
— Estou a caminho!
O museu Andersen, o meu museu de história natural favorito, com o melhor café da cidade. Na verdade, de toda a Holanda.
Chegando lá, o policial Brock me apresentou os fatos. A faxineira bateu o cartão de saída mais cedo, além do Sr. Andersen ter uma visita à noite, e um incêndio após a morte.
Eu perguntei onde estava o corpo. Ele estava empalado em um chifre de um fóssil.
Não havia sinal de arrombamento nas portas e janelas.
O policial Brock me apresentou os suspeitos Erick Von Rallen, um paranoico hacker, que já invadiu o site do museu três ou quatro vezes, Kevin Black, ex-investidor e melhor amigo de Andersen, e a faxineira muda Carlitta Millagres, uma espanhola que trabalha no museu desde a inauguração.
Comecei a analisar os fatos quando um tal de James me chamou:
— Detetive Gaston?
— O que é James?
— Eu gostaria de te ajudar a resolver o mistério!
— Você sabe que isto é um caso para profissionais.
— Mas eu era o melhor em achar…
— Vou ser mais especifico: eu não vejo nada em você, nenhuma habilidade que eu não tenha.
Depois de eu ter falado isso, James se retirou da sala.
Por mais que ele pudesse me ajudar, no final eu teria de dividir o crédito com ele.
Sem nenhum remorso, eu fui interrogar Kevin Black.
Sentei-me na cadeira da delegacia e comecei:
— Porque você visitou o Senhor Andersen?
— Precisava falar de negócios, ele estava me devendo sete mil dólares.
— Por quê?
— Foi o dinheiro para pagar um arqueólogo, que “achou” os caríssimos ítens da coleção dele.
— Posso saber o nome do arqueólogo?
— Para quê? Para você prendê-lo sem investigações e receber o crédito desmerecido desse homicídio?
— Eu investigarei e interrogarei primeiro.
— Sejamos sensatos. Nós dois sabemos que você só é detetive por causa da fama!!
— Mas…
— Os seus últimos casos tiveram investigações incompletas.
— A mídia tentou me…
— Ouça o que eu digo, a sua arrogância será sua ruína!
Nessa hora eu explodi:
— Chega, vou à casa do Erick interrogá-lo. E eu espero que ele seja mais competente que VOCÊ!!
Então eu saí batendo a porta.
Entrei no meu carro e fui à casa do Erick.
Chegando lá, ele pediu para fechar as portas. Sentei-me no sofá e comecei a interrogar:
— Oh Erick, vamos fazer um interrogatório rápido, sem gritaria. O meu último interrogatório foi cansativo.
— Eu conto tudo, mas por favor não me prenda!
— Só prenderei se você for o culpado!
— Tá bom!
— Relaxe e fale devagar!
— Oh. Eu fui pago pelo Black para invadir o site do museu.
— Sabia!! Hora de prendê-lo!
— Espera, a intenção dele não era homicida, ele só queria a movimentação monetária dele.
— Por causa dos sete mil dólares?
— É. O museu estava quase fechando, porque sendo sincero, ninguém vai ao museu hoje em dia.
Saindo do apartamento, comecei a me perguntar quem podia ser o arqueólogo.
Foi nessa hora que James me chamou:
— Detetive!
— O que foi, James!
— Encontraram digitais do Erick no escritório.
— Não pode ser!!!
Então eu ouvi a porta batendo atrás de mim, era o Erick.
Ele correu em direção à escada.  Eu o segui e James estava logo atrás de mim.
Quando chegamos ao terraço, ele jogou uma pedra em mim, mas eu desviei e acertou James.
Depois disso, Erick tropeçou e ficou na beirada do prédio. Eu segurei-o pelo casaco e chamei o policial Brock pelo meu rádio. Então perguntei ao Erick:
— Por que você matou o Senhor Andersen?
— Armaram para mim, detetive. Eu nunca sequer pisei no museu.
— Mas acharam suas digitais lá!!
— Hoje em dia qualquer pessoa pode falsificar digitais, detetive!
— Mas então por que jogou uma pedra em mim e fugiu?
— Eu não estava fugindo de você, estava fugindo de…
POW
Senti uma dor imensa no braço. Fui baleado e deixei Erick cair.
Soube na hora:
— James!! Você é o arqueólogo!
— Sim, eu havia feito diversas expedições para preencher o museu. Então Andersen não estava me dando o dinheiro. Eu já havia invadido o museu de Andersen anos antes de seu triste fim. Ele relatou à polícia e vivi desde então como fugitivo. Tive de mudar minha identidade completamente.
— Espera! Sua história bate com o caso de…
— Tules Ford, o único caso que você não resolveu. Agora detetive, só um milagre te salvará!
Então, Brock chegou e imobilizou Tules. Depois, o algemou. Finalmente desvendei o caso que há anos não mencionava.

Por: Murilo – 8o.Ipê